Um escritor francês chamado Henri-Marie-Beyle, mais conhecido como Stendhal, defendia que uma paixão não nascia sem uma idealização. Ele falou bastante sobre o assunto no livro Do Amor, de 1822. Nele consta a teoria da cristalização, na qual a pessoa cobre de desejos o ser amado para que ele se torne perfeito aos olhos.
Stendhal comenta a história do diamante de sal, que se passou na Áustria, por volta de 1800. Ao visitar as minas de sal, o escritor se deparou com uma técnica criada pelos mineiros, que constituía em guardar galhos sem folhas e bem secos em locais de trabalho abandonados. Depois de um longo período esses galhinhos eram cobertos de cristais, em decorrência do contato desses com as águas salgadas, e ficavam parecidos com diamantes.
Com base nessa história, Stendhal fala que agimos da mesma forma quando o assunto é amor. Isso porque a paixão não nos permite, em um primeiro momento, enxergar o outro como ele realmente é, porque ele ainda é fruto de uma idealização. Mas como tempo, o fogo da paixão se acaba (o diamante se dilui) e o que fica é o galho seco. Nessa hora, o ser amado perfeito mostra sua verdadeira face e nos causa decepção.
E é nessa fase que o amor profundo, que o relacionamento verdadeiro começa. Quando, mesmo sem a mascará da idealização – ou da água salinizada que transformou o galho em um diamante – continuamos admirando aquela pessoa que está ao nosso lado, o sonho perfeito se desfaz e o amor se solidifica. Assim, as duas pessoas, agora com os pés no chão, podem construir uma relação sólida.
Fonte: Relacionamentos amorosos: o antes, o durante…e o depois
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