Advogados especializados em separação e consultores financeiros listam 11 coisas que você precisa levar em conta antes de decidir passar a vida ao lado da pessoa amada
Advogados especializados em divórcio, mediadores de conflitos e consultores financeiros assitem da primeira fila às mais diferentes situações – das separações amigáveis, tranquilas de negociar, às mais confusas e estressantes. Por terem enfrentado tantos casamentos que chegaram ao fio, eles sabem de alguns detalhes que podem ajudar os casais a lidar com o que ocorre entre o “Sim” e o “Não quero mais”. A Marie Claire norte-ameircana conversou com diferentes experts e eles listaram 11 coisas que as pessoas devem levar em conta antes de casar.
1 – DISCUTIR HÁBITOS FINANCEIROS É NECESSÁRIO
É claro que você não vai tocar neste assunto no primeiro encontro, mas as finanças pessoais devem ser um assunto desde o começo da relação. “Muitas pessoas não entendem a importância dos seus parceiros terem os mesmos hábitos e objetivos financeiros”, afirma Joslin Davis, presidente da Academia Americana de Advogados Matrimoniais. “Apesar de as pessoas poderem mudar, você começará o casamento com pé esquerdo se esperar que seu parceiro, que nunca se importou de estourar o limite do cartão de crédito, adote uma nova postura financeira assim que vocês voltarem da lua de mel”, diz.
2 – ACORDOS PRÉ-NUPCIAIS NÃO SÃO ESSENCIAIS
Num primeiro momento, os acordos pré-nupciais geram mágoas. “Quase sempre eles são propostos por um das partes poucas semanas ou até poucos dias antes do casamento”, afirma Stuart Minion, advogado especializado em divórcio.”Eles são coercivos, reprimem e geralmente beneficiam apenas uma das partes, além de serem emocionalmente destrutivos. E mais: independentemente do acordo, no fim, geralmente existem leis que protegem os dois lados”. Se você ou os dois pensam em assinar um acordo bem definido, façam isso um bom tempo antes do casamento.
3 – “TODO MUNDO” TEM QUE ECONOMIZAR MAIS
Segundo Minion, as maiores causas de divórcio são dinheiro e infidelidade. “E, muitas vezes, a segunda causa ocorre depois (e por conta) da primeira”, afirma o advogado. “Dinheiro causa conflito. E, por conta disso, as pessoas acabam procurando outras maneiras de se satisfazer ou de encarar a situação – e isso pode incluir uma terceira pessoa.” Os casais devem ter comunicação clara e aberto sobre que está entrando e o que está saindo em termos financeiros, assim como devem ter objetivos a curto e longo prazo.
4 – CONTAR COM APOIO AJUDA
O casamento não é uma ilha. “Geralmente o compromisso do casamento gera uma grande expectativa por parte da família e dos amigos”, afirma Abby Rosmarin, mediador familiar. “Pode haver uma pressão extra para se manter unido como casal e isso tende a aumentar a carga de não expor para as pessoas próximas o que há de errado no casamento.” Mas não se preocupe em receber críticas ou ser julgado ao admitir aos amigos e parentes que seu relacionamento precisa de ajuda. Estas podem ser as melhores pessoas para dar conselhos e contribuir para a relação.
5 – VOCÊ TAMBÉM CASA COM O DINHEIRO
Acredite, mesmo que vocês escolherem manter as contas atuais separadas, ainda assim o casamento também é uma parceria financeira. “Financeiramente falando, o casamento cria uma unidade econômica para dois”, afirma Andrew Samalin, presidente da Associação de Consultores Financeiros de Divórcios. Tudo que for ganho durante o casamento (salários, poupança, aposentadoria e etc.) é considerado como fundo matrimonial e pode ser dividido em caso de divórcio. “Geralmente, você divide as dívidas e as rendas, e ainda compartilha os ônus e os bônus dos investimentos”, diz.
6 – ESTEJA EM DIA COM SUAS PRÓPRIAS FINANÇAS
“Uma das principais recomendações que faço aos meus clientes é para ficarem atentos às linhas de crédito a como o banco te avalia”, afirma Samalin. Por isso, é importante certificar-se de que está num bom patamar para as instituições financeiras. “Ao ter autonomia de crédito no banco, você estará assegurando a sua chance de pegar um empréstimo sem precisar do seu parceiro, caso a relação chegue ao fim”, afirma.
7 – TENHA TUDO ARQUIVADO SEMPRE (PRINCIPALMENTE AO CASAR)
Mesmo se não planeja se separar (a maioria das pessoas nunca pensa nisso ao colocar uma aliança na mão esquerda), você deve guardar os dados e extratos da sua conta de solteira. “Hipoteticamente, se o marido entrar no casamento com R$ 100 mil investidos em ações, é responsabilidade dele mostrar à esposa que este dinheiro já existia antes do casamento”, diz Minion. “Também é sua obrigação provar à esposa que ele não usou nada das finanças do casal nestas contas.” Sem a documentação necessária, que comprove que algo era seu e não foi misturado com o dinheiro do casal, é provável que este montante entre no acordo do divórcio.
8 – DIVÓRCIO LEVA MUITO TEMPO (E DINHEIRO)
Quem já orçou uma festa de casamento, sabe: casar custa caro. E separar também. Então, se você está prestes a se envolver numa relação que ainda te traz dúvidas, é melhor pensar com mais cuidado. “É bom saber que você pode pagar um valor alto caso se separe”, diz Minion. Lógico que cada caso é um caso, mas pode levar um ano ou mais para finalizar os papéis. Em termos financeiros, no Brasil, cada estado tem a sua tabela referente aos honorários advocatícios. Mas, no geral, se houver partilha de bens entre o casal, o advogado fica com 6% – se ele advogar pelos dois, leva 6% de tudo; se advogar para apenas um dos parceiros, leva 6% de tudo que a pessoa receber na separação de bens. Quando não há muito patrimônio, o casal deve pagar cerca de R$ 4 mil para o advogado do litigioso e R$ 2 mil caso a separação seja consensual. Os custos processuais cobrados pelo estado é de, no mínimo, 2% do patrimônio do casal. Ainda há algumas taxas judiciais, também cobradas pelo estado, este valor varia de região para região.
9 – VOCÊ NÃO RECEBE TUDO SE FOR TRAÍDA
Quando há uma traição o desejo natural é tirar tudo do parceiro. Mas, provavelmente isso não será possível. Muitas vezes a pessoa traída pleiteia uma indenização por danos morais. Mas a traição em si não implica em impedimento de bens. Por isso, a traição não interfere em nada no caso de divisão patrimonial. Não muda nada na partilha. O que pode ocorrer é uma das partes uma indenização por ter sido traída, humilhada e até pela dor (situações que podem ser vistas como dano moral).
10 – O DIVÓRCIO VEM COM UM PERÍODO DE LUTO
Segundo Romarin, as pessoas geralmente se surpreendem com o sentimento de perda, mesmo quando estão ansiosas para começar um novo capítulo da vida. “Uma grande mudança sempre mexe com a gente. No mínimo, as pessoas mudam o status de relacionamento e vão de casados para divorciados (apesar de existir muitos outros passos no meio disso), o que altera como você se vê e como as pessoas se relacionam com você”.
11 – O ADVOGADO NÃO É SEU TERAPEUTA
Segundo Minion, ao se reunir com o advogado, as pessoas geralmente têm vontade de contar suas histórias. “Elas querem explicar porque estão se separando e buscam validar os seus motivos. Mas, na realidade, o que os levou ao tribunal não importa e não interfere no resultado”. Você já está pagando muito aos advogados para tentar desabafar sobre quem fez o quê na relação. Última dica: vá a um psicólogo antes de chegar neste ponto – assim, você terá mais chances de evitar que a relação chegue nesta situação.
Fonte: Revista Marie Claire