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A construção de um relacionamento maduro

Um relacionamento maduro é resultado de uma construção diária, que exige dedicação e comprometimento de ambas as partes envolvidas.

Primordial nessa trajetória é não enxergar o(a) companheiro(a) como alguém que preencherá um possível vazio ou irá te completar. “Jogar para outra pessoa o poder de te fazer feliz é um sério risco. Você precisa estar completo e a outra pessoa também, para os dois se transbordarem. Seu companheiro tem que complementar sua vida e não completar”, ressalta o psicólogo do Desenvolvendo Personalidade, Thiago Caltabiano.

O equilíbrio na entrega é outro ponto essencial para evitar prejuízos. “A entrega pode levar ao risco de perder um pouco da identidade e particularidade; É importante tomar cuidado para não se perder em um relacionamento, que se torna imaturo”, alerta o psicólogo do Desenvolvendo Personalidade, Pablo Cordeiro.

Além de haver desgaste da própria individualidade, esse tipo de posicionamento pode desencadear em outros reflexos. “Pensar em outra pessoa excessivamente pode levar a se esquecer de si. Isso pode se tornar a base de outras coisas como ciúmes doentio, impulsividade, falar sem pensar. O que era para ser um relacionamento bonito vai dando espaço para inseguranças, brigas e desentendimentos”, explica Cordeiro.

Para não chegar a esse nível, de agir e viver apenas pela pessoa amada, a recomendação dos profissionais é valorizar o amor próprio e respeitar a individualidade de cada um. “É importante fazer coisas juntos. Mas é preciso, também, fazer o que gosta sozinho, encontrar amigos, sair”, recomenda Caltabiano.

Cordeiro ressalta a necessidade de não abrir mão do que gosta apenas para agradar o outro. “O relacionamento é um lugar de encontro, mas é verdade que a gente pode se perder nele. É importante ter equilíbrio”.

Alcançar tal equilíbrio exige tempo. “O relacionamento passa por várias etapas. Cada etapa é uma barreira de maturidade que tem que enfrentar. O amor não está só no entretenimento, mas está ligado também a enfrentar dificuldades”, explica Caltabiano.

Nesse sentido, alguns mecanismos psicológicos precisam ser explorados em um relacionamento: empatia, flexibilidade e reciprocidade. “A empatia é algo simples e está implícito que deveria ter no relacionamento, mas nem sempre está. Outro ponto é que não dá para deixar as coisas fechadas, que tudo será só do seu jeito e pronto. É importante ter flexibilidade e imaginar outras possibilidades. Não é ser permissivo, mas tentar entender a questão e não agir com impulsividade. E a reciprocidade é algo que pode ser equilibrado. Eu entrego a minha vida e recebo a do meu companheiro de volta. Não dá para imaginar uma pessoa fazendo tudo por você ou você fazendo tudo por ela sem equilíbrio e harmonia. E isso vai sendo construído aos poucos”, indica Cordeiro.

No processo de construir a maturidade do relacionamento, a psicoterapia tem muito a contribuir, com o fortalecimento do amor próprio e desenvolvimento dos demais ingredientes necessários para alcançar o equilíbrio.

Texto: Raíza Dias – Jornalista da Equipe Desenvolvendo Personalidade

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