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A química da paixão

Ser acertado pela flecha do Cupido faz com que as pessoas percam o fôlego, sintam o coração acelerar e, possivelmente, também venham a suar frio, apenas para descrever algumas consequências mais imediatas.

E você, por acaso já se apaixonou por alguém?…

Dependendo de sua idade, é bem provável que você faça parte de um grupo que já tenha experimentado as reações químicas de gostar de alguém, ainda que tenha sido apenas através de um amor platônico.

Não sei se você sabe, mas a paixão faz com que diversos gatilhos cerebrais iniciem reações físicas em nosso corpo. É esse “coquetel” químico, ativado pelas diversas glândulas, que faz com que fiquemos com o rosto corado, mãos suadas e com respiração alterada.

A dopamina, adrenalina e noradrenalina são algumas dessas substâncias que inundam nosso corpo quando nos apaixonamos por alguma pessoa, mas eu explico melhor. A dopamina, por exemplo, nos faz sentir eufóricos, enquanto a adrenalina e noradrenalina fazem o coração bater mais rápido, aumentando nosso estado de prontidão (os minutos se tornam horas quando esperamos pela pessoa amada) e, ainda, podemos perceber que nos cansamos menos quando estamos ao lado do nosso objeto de afeto.

Estudos também mostram que a paixão aumenta a sensibilidade dos centros de prazer do cérebro. Assim, quando nos apaixonamos, por exemplo, o fluxo sanguíneo aumenta também nessas áreas. Curiosamente, são essas mesmas áreas, aliás, que igualmente se tornam mais ativas em pessoas com transtorno obsessivo compulsivo (o conhecido TOC). Seria por esta razão então que muitas pessoas se tornam obcecadas pelas suas paixões? Quem sabe.

Ocitocina, o “hormônio do amor”

Agora estamos falando de um hormônio que, ao ser liberado, afeta tanto o corpo como o cérebro, pois provoca reações de generosidade, aproximação e de confiança interpessoal. Presente nas situações de afeto, ele facilita as contrações do útero durante o parto e ajuda a liberação de leite em períodos de amamentação.

Não apenas nos humanos, mas em vários mamíferos também se faz presente. Macacos e ratos, por exemplo, que recebem a substância, passam mais tempo cuidando uns dos outros.

Quer saber como ter mais ocitocina? Simples, algumas coisas “provocam” a produção natural em nosso corpo, como uma simples massagem, um abraço, um toque e, finalmente, o contato sexual. Vai aqui outra pergunta: Seria então por esta razão que amizades coloridas evoluam muito rapidamente para grandes paixões e pelo desejo de mais contato?… Haveria mais ocitocina presente nestas relações do que nas relações mais “brandas”?

Feniletilamina

Este é um neurotransmissor, cuja produção no cérebro suspeita-se possa ser desencadeada por eventos simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos, podendo causar a liberação da dopamina e, consequentemente, a presença da felicidade.

Pesquisam sugerem que o cérebro de uma pessoa apaixonada contém grandes quantidades de feniletilamina e que esta substância poderia responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados.

Por acaso você sabia que no chocolate existe também presente essa mesma substância?…

Coincidência ou não, curioso notar que as pessoas que comem chocolates relatam ter sensações de prazer semelhantes àquelas descritas pelas pessoas que estão apaixonadas. Seria também mero acaso que presenteamos nossas paixões com caixas de chocolate?

Conclusão

Obviamente que esta montanha russa é muito importante de ser vivida, ainda que pesquisas indiquem que ela dure, em média, de 18 e 30 meses e depois, eventualmente, possa virar amor.

Tudo aquilo que estamos experimentando através das nossas paixões e de nossos sentimentos, obviamente, contém uma forte interferência das alterações bioquímicas que ocorrem em nosso corpo. Seria tolice, portanto, achar que tantos sentimentos nascem apenas em nosso coração e, o pior, que poderiam ser por nós controlados.

É por isso, creio eu, que muitas vezes a paixão nos deixa cegos. Shakespeare a este respeito disse: “Oh, paixão, que fazes com meus olhos que não enxergam o que veem?”.

Com esta louca tempestade interna, química e psíquica, de desejos intensos, falta de fome e sono, taquicardia, suor frio, centros do prazer estimulados, vontade ardente de conexão, euforia, atração, tudo junto, é praticamente impossível permanecer equilibrado.

Quem nunca se apaixonou que diga se eu estou errado.

Depois de tudo isso que você leu, eu lhe pergunto: você ainda acha que tem algum controle sobre isso?… Sorte de quem sai ileso.

Fonte: https://cristianonabuco.blogosfera.uol.com.br

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