Pesquisa indicou que casais que discutiam com hostilidade tinham mais toxinas no sangue que levavam a ambiente inflamatório;
As brigas e discordâncias fazem parte de qualquer casamento. No entanto, resolver problemas de forma hostil, ironizando seu parceiro, gritando ou não levando seu ponto de vista em consideração pode desgastar a relação. Além deste efeito, pesquisadores norte-americanos descobriram que relacionamentos assim também contribuem para um ambiente inflamatório no corpo dos envolvidos.
O estudo, feito na Universidade de Ohio, descobriu que os casais que interagiam de forma hostil diante de uma discordância tinham maiores taxas de lipopolissacarídeos (LPS) no sangue, condição que estimula uma inflamação sistêmica no corpo. Estas taxas eram ainda maiores logo após brigas.
Os LPS são encontrados na membrana exterior de bactérias, e vão parar no sangue a partir de uma condição chamada intestino permeável. “Com o intestino permeável, as estruturas que geralmente são boas em manter a comida, as bactérias e outros produtos no intestino se degradam, e essa barreira se torna menos efetiva”, explica Michael Bailey, co-autor da pesquisa, ao site Eurekalert.
Outro fator que contribuiu para as evidências de intestino permeável foi o histórico de transtornos do humor, como depressão.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores selecionaram 43 casais entre 24 e 61 anos que estavam casados há pelo menos 3. Depois de entrevista sobre seus relacionamentos, encorajaram eles a discutir e tentar resolver algum conflito em que havia discordância entre os dois. O estudo mediu os níveis de hostilidade entre os envolvidos por sinais verbais ou não, como revirar de olhos e críticas em excesso ao parceiro.
“O estresse conjugal é um estresse particularmente potente, porque seu parceiro geralmente é seu principal apoio e, em um casamento problemático, se torna sua principal fonte de estresse”, explica a autora Janice Kiecolt-Glaser ao site Eurekalert.